A inclusão de autistas nas salas de aula: impressões
Como vocês sabem, apesar de continuar acompanhando esta temática, passei por isso com o Lucas há alguns anos, em uma época na qual pouco se falava em inclusão. Foi desafiador e muito angustiante, confesso.
Nossa escolha nunca foi por uma escola especializada, pois sempre achamos que frequentar a escola regular era importante para o Lucas e para as outras crianças, afinal, deve-se abraçar as diferenças e não fingir que elas não existem. Ao menos teoricamente é assim.
Porém, apesar de nas escolas públicas as exigências legais sobre isso serem minimamente atendidas, nas escolas particulares, o cenário era bem diferente: evitava-se ao máximo falar sobre o assunto e a legislação não era cumprida. As escolas privadas se esquivavam de sua obrigação legal o máximo que podiam. Fomos buscando alternativas e nos adaptando. Mesmo na universidade, o percurso do Lucas não foi fácil.
Continuo acompanhando tudo isso, afinal, a HQ’s do Lucas realiza trabalhos em diversas escolas frequentemente e posso dizer que avançamos em termos de legislação, sem dúvidas, mas a inclusão ainda depende de um enorme engajamento de professores, gestores e pais, o que faz com que ela funcione maravilhosamente em algumas escolas e não dessa maneira em outras.
Creio que somente quando tivermos políticas educacionais de Estado e não de governo, as quais queiram construir uma escola equitativa e inclusiva de fato, poderemos contar com escolas públicas e privadas de qualidade e que olhem para pessoas, sejam elas portadoras de transtornos e/ou deficiências ou não.
Casada com Raimundo e mãe da Amanda e do Lucas.
Arquiteta e Urbanista e por força do destino, dedicada a trazer uma luz de esperança para famílias, que como a minha, receberam para seu filho ou filha, o diagnóstico do Autismo.
Atuando nas Hqs do Lucas, como roteirista e mãe do autor e ilustrador.